Os cursos EAD (Ensino a Distância) tem se popularizado e ganhando cada vez mais adeptos com as rotinas cada vez mais agitadas. No entanto, o ‘boom’ de cursos oferecidos têm sido alvo de criticas e de repúdios por parte de conselhos regionais, que cobram aulas totalmente presenciais para algumas graduações.
Sendo contrários a oferta de cursos na modalidade à distância para graduação na área das Engenharias, Agronomia e Geociências, o Crea-MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul) divulgou na última segunda-feira (18) uma nota de repúdio sobre o assunto.
Em nota, a CEAP (Comissão de Educação e Atribuição Profissional do Crea-MS) diz que as áreas têm aplicação do conhecimento científico, econômico, social e prático, com o intuito de criar, desenhar, construir, manter e melhorar estruturas, máquinas, aparelhos, sistemas, materiais e processos, sendo necessário que esses ensinamentos sejam adquiridos em sala de aula.
“Embora o MEC não tenha o mesmo entendimento o Crea-MS enquanto órgão fiscalizador do exercício profissional, visando à segurança e à proteção da sociedade tem a obrigação de orientar e alertar a todos os cidadãos quanto aos riscos e prejuízos de frequentar a modalidade de graduação EaD para a formação em Engenharia, Agronomia e Geociências”, ressalta o Conselho. A nota na íntegra pode ser conferida clicando aqui.
Ainda de acordo com o documento, o Crea afirma que outros conselhos profissionais, como o de Fisioterapia (Crefito), de Arquitetura (CAU), de Medicina (CRM), de Direito (OAB), já se manifestaram contrários à autorização de cursos, em suas áreas formativas, ministrados totalmente na modalidade Educação a Distância (EaD).
EAD na Saúde
Na época, quatro faculdades oferecem cursos na área em plataforma digital aqui em Campo Grande e mensalidades variam entre R$ 239 a R$ 420. O conselho afirmou que as modalidades dos cursos à distância não conseguem atender às necessidades que os exercícios dessas profissões exigem.
“As áreas de Saúde demandam contato e cuidados diários e diretos com pessoas enfermas, o que obriga à formação teórico-prática, além de grande carga de estágios curriculares, impossíveis de serem, todos, cumpridos a distância e mediados tecnologicamente”, diz trecho de nota divulgada pela assessoria de imprensa da entidade.
Opções
A instituição de ensino tem um papel fundamental na formação dos profissionais, seja em modalidades presenciais, semi-presenciais, ou EAD. O MEC usa diferentes instrumentos para avaliar o ensino superior no país e um que chama atenção é o Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) que avalia os conhecimentos e competências dos acadêmicos relacionadas às diretrizes curriculares de determinado curso de graduação.
O Enade é componente curricular obrigatório conforme determina a Lei nº 10.861/2004. É aplicado periodicamente aos estudantes de todos os cursos de graduação, durante o primeiro (ingressantes) e último (concluintes) ano do curso.
Na opinião do acadêmico Renato Riveira Holsback, o curso ser presencial ou a distância não é o que define o potencial do aluno e a forma mais eficaz de resolver esse problema seria se todos os cursos tivessem uma prova para verificar o grau de conhecimento que o acadêmico obteve.
“Com aplicação de provas poderia ser avaliado se realmente o aluno é qualificado para atuar na profissão e após aprovação nesta prova receber de seu órgão regulador a autorização para assim exercer sua função”, diz.
A reportagem entrou em contato com a Uniderp e a UCDB questionando sobre a oferta de cursos à distância e aguarda posicionamento. Midiamax