Em pesquisa recente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontou que 3% da população de Mato Grosso do Sul vive em extrema pobreza, vivendo com apenas R$ 145 por mês. No entanto, conforme pesquisa atual do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o valor se quer dá para comprar metade de uma cesta básica alimentar em Campo Grande, por exemplo.
O valor da cesta básica completa na Capital varia de R$ 399 a R$ 409. Ou seja, com R$ 145 o consumidor apenas conseguiria comprar 36% do item, pois ainda faltaria R$ 254. Por tanto, o morador deve definir outra opção para se alimentar no mês. Sem contar as demais despesas.
Uma família composta por duas pessoas conseguiria comprar, por exemplo, uma cesta básica pequena, no valor de R$ 59,90. Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, a cesta básica contém, um pacote de arroz, um de feijão, um de macarrão, um de açúcar e outros mantimentos mínimos.
Caso o morador queira optar por ir até um supermercado comprar os mantimentos por conta própria, irá pagar por um valor semelhante. Segundo informações do Dieese, o preço médio dos mantimentos mínimos de uma cesta básica custa:
Arroz (R$ 13,55), feijão (R$ 4,71), óleo (3,86), carne (R$ 20,36 kg), leite de caixinha (R$ 3,56), farinha de trigo (R$ 2,74), café (R$ 6,97 500g) e açúcar (3,64 5kg).
Em uma família de quatro pessoas, por exemplo, sendo dois adultos e duas crianças, a quantidade de mantimentos na compra deverá ser maior. Se a família comprar além da quantidade de itens citados acima, como incluir mais um pacote de arroz, um litro de óleo, mais um quilo de carne e mais 2 litros de leite, o valor chegará a R$ 103,73, restando apenas R$ 41,27 dos R$ 145.
Com o restante, o morador ainda precisa pensar no pagamento de água e luz. Conforme a tarifa social da Águas Guariroba, o mínimo que o consumidor por pegar até 20m³, é R$ 2,20. Já a tarifa mínima com base na tabela social da Energisa, é R$ 23,70, no mínimo, para cada 30 KWH. Sem contar o valor do aluguel.
Sul-mato-grossenses na miséria
Dados recentes divulgados pelo IBGE mostraram que 3% da população sul-mato-grossense vive em situação de extrema pobreza, vivendo apenas com R$ 145 por mês. Os índices atingem um grupo mais vulnerável e com menos condições de ingressar no mercado de trabalho.
Em 2018, 16,5% da população em Mato Grosso do Sul recebia até R$660 mensais, valor considerado na linha de pobreza para o Brasil, colocando o estado em 7ª colocação como menor entre as unidades federativas do país.
Quando comparado com 2017, o índice de pessoas em extrema pobreza era de 2,6%, houve um aumento com relação à 2012, cujo percentual era de 1,8%, um recorde em sete anos. O gerente do estudo, André Simões da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), ressalta que são necessárias políticas públicas para reparar esse número tão preocupante.
Além disso, a pesquisa apontou que o valor do Bolsa Família, R$ 89, é, inclusive, inferior ao parâmetro global de R$ 145, o que mostra que o benefício não é suficiente para tirar as pessoas da extrema pobreza. Midiamax