Aos 75 anos, Adélia Potronieli teve que passar por uma das maiores provações de uma mãe: enterrar a filha, Rosilei Potronieli, de 37 anos, assassinada a facadas.
Adélia lembra que por inúmeras vezes ouviu Rosilei contar que o homem a perseguia. Segundo ela, a filha teve um relacionamento amoroso com “Zé Barco” e depois do término passou a ser ameaçada por ele.
A cada novo relacionamento, Rosilei via os namorados receberem ligações com ameaças de morte caso continuassem com ela. O medo do suspeito assombra a idosa, que pediu que as fotografias não a identificasse
Ela acredita que o homem quis levar o corpo para violentá-lo, crime que configura vilipêndio de cádaver. Com o passar dos dias, a esperança de encontrar o corpo filha fica cada vez mais distante. “Meu único pedido é que se o corpo tiver enterrado em outro lugar, se minha filha já estiver derretendo, é para deixar lá mesmo”. O sentimento, no entanto, é de que Rosilei foi jogada em um rio qualquer.
Dona Rosilei descobriu que o corpo da filha havia sido levado no dia seguinte ao velório, quando uma amiga voltou ao cemitério para pegar um cabo de celular que havia esquecido e foi avisada pelo coveiro.Depois de desenterrarem o caixão, os suspeitos furtaram o corpo e voltaram a fechar a cova.
Enquanto falava, a idosa descreveu a última lembrança da filha, já no velório. “Peguei na mão dela e disse: minha filha me perdoa se algum dia te disse alguma coisa ruim. Uma água desceu do olho dela, acho que foi quando minha filha descansou”, lembrou.
Rosilei deixa cinco filhas, fruto do primeiro casamento. As meninas agora moram com o pai, em Campo Grande, que arcou com todas as despesas do enterro. Campo Grande News