O G1 encontrou o homem, que há 10 meses deixou a Venezuela. Junior Alejando Fersaca, de 23 anos, contou que o Brasil foi a saída para fugir da fome e das dificuldades que o seu país enfrenta.
Desde que chegou ao Brasil, viveu a maior parte do tempo nas ruas, com a esposa de 18 anos e os dois filhos, um com 2 anos e um bebê de 8 meses de idade. Alejandro é pintor e a esposa é faxineira.
Sem saber como seria a vida da família em outro país, o casal vendeu a casa que tinha na Venezuela, juntou todo o dinheiro e seguiu para Roraima, estado que se tornou a porta de entrada de muitos conterrâneos de Junior.
Sem conseguir trabalho, se mudaram para o Amazonas e depois para o Mato Grosso, sempre vivendo nas mesma condições que entraram no Brasil: “Não conseguíamos serviço e ficamos na rua com as 2 crianças, sobrevivemos pela ajuda dos brasileiros” relata Stéfani Gregória Zambrano.
Na casa, há apenas uma cama com um colchão e uma mala, com poucas peças de roupas, dos 5 imigrantes. O fogão, que foi doado por uma vizinha, não tem botijão e a família se alimenta com pequenas doações que conseguem no sinal de trânsito.
Stéfani conta que com toda a dificuldade, ainda prefere viver no Brasil, pois a situação em seu país é de extrema preocupação.
De acordo com a jovem, ela já perdeu parte da família por conta da situação econômica do país. Deixar tudo para trás, foi a única saída para não perder o marido e nem os filhos.
O casal explica que o maior sonho é conseguir um trabalho e proporcionar aos filhos uma vida com dignidade, “porque na Venezuela, realmente não dá para ficar”. Referente ao Brasil, a família reforça que é um país bastante acolhedor e acredita que terá oportunidades para construir uma nova história. G1