A Justiça determinou no final da tarde de sexta-feira (11) a internação das duas adolescentes suspeitas de serem as responsáveis por uma sessão de tortura a uma menina de 16 anos, em Campo Grande. De acordo com o delegado Fábio Sampaio, a polícia faz uma ação para encontrar as envolvidas no crime.
Segundo o delegado, três equipes formada pela Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij) e do Grupo de Operações Especiais (GOE), estão em busca das adolescentes. Quanto a jovem de 18 anos, também suspeita de estar envolvida nas agressões, ainda não há informações.
Em conversas de WhatsApp, que a Polícia Civil teve acesso, a adolescente de 17 anos apontada como a principal torturadora, dá a entender que a intenção dela era matar a vítima e ainda que estava tranquila em relação a possíveis punições.
Em seguida, uma amiga dela pergunta se ela foi para a Unidade Educacional de Internação (Unei), para onde são encaminhados adolescentes que praticam atos infracionais. A suspeita então responde que “somente assinou papéis”.
Uma das suspeitas de tortura acredita na impunidade em MS — Foto: Reprodução/TV Morena
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Em entrevista à TV Morena, a vítima falou sobre momentos de terror que passou ao lado das suspeitas.
“Elas falavam assim: ‘Pega a corda, pega a corda, vamos amarrar ela’. Vamos levar ela para outro lugar’. Eu fiquei com medo de morrer. Elas diziam que estavam esperando uma arma. Não conseguia me olhar no espelho. Ontem eu olhei e comecei a chorar”, disse.
O caso ocorreu no início desta semana, em uma casa no bairro Guanandi, região sul de Campo Grande. Além de ser agredida com socos e pontapés por duas horas e meia, a vítima teve o corpo cortado com faca e foi obrigada a ligar para o ex da suspeita,dizendo que não queria mais nada com ele, ainda conforme a polícia.
Vítima de tortura comenta agressões durante 2h30 em MS — Foto: Reprodução/TV Morena
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Ainda conforme Sampaio, a vítima teria se relacionado com o ex da suspeita de 18 anos. “Para se vingar, juntamente com as outras, elas teriam planejado o crime. Elas vão responder pelo artigo do ECA [Estatudo da Criança e o Adolescente], que é constranger com violência e grave ameaça, principalmente pelo fato delas obrigarem a menina a ligar para o ex”, disse o delegado. Além das ameaças, a menina também recebeu socos e pontapés.
Entenda o caso
O caso ocorreu no início desta semana. De acordo com a irmã da vítima, ela ficou sabendo após receber prints das agressões de um grupo no WhatsApp chamado “As bandidas”.
Entre as conversas, uma das supostas agressoras escreveu: “Eu não deixei marca nenhuma, sou besta não… eu só bati nela, porque ela falou pra mim: ‘demorô'”. A irmã da adolescente comentou que ficou “muito preocupada” assim que começou a receber as mensagens. A adolescente foi internada na Santa Casa e já teve alta médica.G1