Uma menina de 12 anos foi a responsável por criar, e um adolescente de 17 por divulgar, vários vídeos em que mulheres de Ribas do Rio Pardo – cidade a 103 quilômetros de Campo Grande – são difamadas nas redes sociais. Eles e outros dois suspeitos, que estão presos, foram denunciados a polícia por 11 vítimas.
Segundo o delegado Bruno Santacatharina Carvalho, titular da Delegacia de Polícia Civil da cidade, as investigações começaram após a polícia ter acesso a dois vídeos em que fotos das vítimas aparecem acompanhadas de frases difamando e detalhando a vida sexual de cada uma.
“Tinha uma música de funk no fundo e fotos de várias meninas, não imagens nuas, imagens normais, mas com uma frase para cada uma delas, manchando, ofendo a honra de todas”, detalhou.
Os vídeos rapidamente se espalharam em grupos de WhatsApp, perfis nas redes sociais, e foi enviado a moradores de Campo Grande, Três Lagoas, Água Clara, Camapuã e outras cidades da região.
Com as investigações, as equipes descobriram que a menina de 12 anos criou e editou os vídeos e um adolescente de 17 foi o primeiro a compartilhar no status do WhatsApp. Em seguida, Rafael dos Santos Gama, de 21 anos, fez comentários no Facebook afirmando que as meninas do vídeo “eram marmitas mesmo” e que o criador merecia um prêmio, já que tudo escrito ali era verdade.
“Na mesma publicação, Lucas Miranda da Silva, de 18 anos, teria reforçado a ideia do Rafael, dizendo ‘bora marcar um litrão, chamar as meninas aí do vídeo e fazer as meninas marmitex”, lembrou o delegado.
Ainda conforme o delegado, as investigações apontaram que vários vídeos com o mesmo conteúdo circulam pela internet, cada um com um “título” diferente e fotos de cerca de 20 vítimas. Até o momento, 11 vítimas – com faixa etária de 13 a 20 anos – procuraram a delegacia e registraram boletim de ocorrência contra os quatro envolvidos.
“Os dois maiores foram presos em flagrante por onze crimes de difamação. Já os menores foram apreendidos, passaram o dia na delegacia, e liberados ao final do dia ao final do procedimento. Como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente, vão responder em liberdade”.
Segundo o delegado, as investigações do crime continuam e novas vítimas devem comparecer a delegacia para denunciar o caso.Campo Grande News