Adolescente de 15 anos fez uma transmissão ao vivo, em rede social, onde cortava seu pulso com uma lâmina de barbear, na manhã de hoje (11), em Três Lagoas.
O vídeo, com pouco mais de 30 visualizações, foi apagado cerca de 3h depois do incidente.
De acordo com a Coordenadora em Substituição Legal do Conselho Tutelar, Luciana Cardoso do Nascimento, o órgão já fez os primeiros atendimentos ao jovem, que passa por problemas familiares no momento. “Ele não tem tendências suicidas.
Nem sempre a automutilação é indício de suicídio, às vezes é uma forma do adolescente chamar a atenção. Mas é preciso ficar atento”, advertiu ela.
Além disso, Luciana alerta para que tanto a família quanto pessoas que cercam os jovens prestem atenção aos sinais que podem indicar algum problema. “O principal indício é o isolamento. Ele se tranca no quarto, em celular, se isola dos grupos de pessoas”, disse ela ao Correio do Estado.
“Muitas vezes a família não consegue perceber, mas os amigos e pessoas que estão em outras instituições, como a escola, igreja, cursos, podem perceber e ajudar também”, ressaltou a coordenadora, que frisou que os vínculos com a família são importantes e mexem muito com o adolescente em formação.
JANEIRO BRANCO
Ainda conforme Luciana, o jovem vai passar exames para identificar se ele tem distúrbios emocionais, como depressão, que, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgados em 2017, estava no topo da lista dos principais problemas de saúde em todo o mundo, atingindo mais de 300 milhões de pessoas.
Só nos primeiros 11 dias de 2019, sete pessoas cometeram suicídio em Mato Grosso do Sul, de acordo com dados preliminares da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública.
Neste mês é realizada a Campanha Janeiro Branco, que propõe a conscientização sobre a saúde mental, em nome da prevenção ao adoecimento emocional da população. Em sua 6ª edição no Brasil e com o tema “Quem cuida da mente, cuida da vida”, a campanha realiza ações com foco na saúde mental e emocional à níveis nacional e internacional.
Pessoas que precisam de ajuda podem usar os canais de atendimento emergencial em caso de crises iminentes do Centro de Valorização da Vida (CVV), que possui acolhimento gratuito por telefone no número 188 e pelo chat do site. Entretanto, como o CVV é uma iniciativa sem fins lucrativos que depende de prestadores de serviços voluntários para atender à demanda, nem sempre é possível conseguir atendimento rápido por lá.
Outra alternativa para situações de emergência é recorrer aos Centros de Atenção Psicosocial (CAPS), presentes em todos os municípios e com atendimento público associado ao Sistema Único de Saúde (SUS).Correio do Estado.