Uma ex-prostituta condenada à prisão perpétua por ter matado um cliente em 2004 nos Estados Unidos terá a pena relaxada. O pedido de clemência foi aceito nesta segunda-feira (7) pelo governador do estado do Tennessee, Bill Haslam.
Haslam entendeu que a mulher, chamada Cyntoia Denise Brown, sofria abuso e cometeu o crime em um caso “trágico e complexo” – Cyntoia tinha 16 anos à época do assassinato.
O caso de Cyntoia era considerado complexo pela Justiça dos EUA porque a assassina vivia em situação de risco, de acordo com a defesa. Em 2004, ano em que cometeu o crime, a então adolescente se prostituia e era agenciada por um cafetão conhecido como “Corta Gargantas”.
Segundo a defesa de Cyntoia, ela matou o cliente – um homem de 43 anos – para roubá-lo e não voltar ao cafetão de mãos vazias: a mulher dizia ser estuprada e espancada por “Corta Gargantas”.
A acusação, entretanto, afirma que Cyntoia premeditou o crime. Isso porque a vítima foi encontrada morta com um tiro na cabeça. O disparo, segundo investigação, foi dado enquanto o homem dormia. Após matá-lo, a jovem roubou o caminhão que ele dirigia, além de armas e dinheiro.
Ao conseguir o perdão, Cyntoia divulgou uma nota de agradecimento.
“Com a ajuda de Deus, eu me comprometo a viver o resto da minha vida ajudando os outros, especialmente os jovens. Minha esperança é ajudar outras garotas a não caírem onde eu estive”, escreveu Cyntoia.
Documentário e comoção
A história de Cyntoia correu os EUA em 2011, após a divulgação do documentário “Encarando a vida”. Nele, a mulher, ainda na cadeia, conta ter sido forçada a se prostituir na adolescência, além de sofrer ameaças de morte do cafetão.
Nas redes sociais, celebridades como a cantora Rihanna, a empresária Kim Kardashian e a atriz Ashley Judd manifestaram apoio a Cyntoia. Kardashian, inclusive, comemorou a clemência concedida a Cyntoia. “Obrigado, governador Haslam”, tuitou.
Apesar de a clemência ter sido concedida nesta segunda-feira, Cyntoia só deixará a prisão em 7 de agosto, após 15 anos na prisão. Ela será solta, mas ficará sob liberdade assistida – isto é, terá de cumprir requisitos e obrigações estabelecidas pela Justiça local.G1