Em São Paulo, câmeras de segurança registraram caso brutal: um ex-policial agrediu e ainda tentou atropelar a mulher.
“Nós estávamos indo encontrar uns amigos e estava tudo bem, conversando, dando risada, cantamos karaokê, nós bebemos alguma coisa, e de repente ele se transformou. Começou a falar algumas coisas agressivas. Aí eu falei para ele: ‘Vamos para casa’. Ele falou: ‘Não, não não’. Eu falei: ‘Então você para o carro que eu quero descer’”, conta a vítima.
O que aconteceu depois foi registrado pelas câmeras de segurança de um posto de combustíveis. As imagens mostram o ex-policial José Marcondes Alves de Oliveira arrastando a mulher no estacionamento. Ele jogou a esposa no chão, puxou o cabelo dela e em seguida deu uma joelhada na cabeça da mulher.
Um homem tentou defender a vítima, mas foi ameaçado pelo agressor, que colocou as mãos para trás, sugerindo que estaria armado. A mulher então pediu ajuda a um outro homem que também foi ameaçado.
José Marcondes também tentou atropelar a mulher três vezes, mas as câmeras não gravaram este momento. No domingo (6), os dois completam 34 anos de casados.
O agressor chegou a ser preso, mas foi solto na tarde deste sábado (5). Ele deve permanecer a 100 metros de distância da mulher.
Nesse caso, a vítima denunciou o companheiro, mas nem sempre é assim. Grande parte das mulheres que sofre algum tipo de violência tem medo de denunciar. Em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, as vítimas contam com a proteção da guarda civil municipal, que faz ronda e também visita essas mulheres para verificar se elas continuam seguras depois que denunciam os agressores.
“Todos os dias praticamente, todas as vítimas recebem essas rondas. Ou no trabalho, se a vítima trabalha dentro do município, ou na residência”, conta Renata Ferreira, coordenadora da Patrulha Guardiã.
“Elas têm que ter coragem para dar o primeiro passo, que é fazer o boletim de ocorrência, pedir a medida protetiva. Aqui nós temos a Coordenadoria dos Direitos da Mulher, mas no município que não tem coordenadoria ela pode procurar ajuda com o promotor de Justiça, da Vara de Violência Doméstica; pode procurar os Cres, que são os centros especializados em atendimento”, explica Sueli Amoedo, coordenadora dos Direitos da Mulher de Taboão da Serra.
Uma mulher pediu ajuda: registrou boletim de ocorrência e agora entrou para lista de rondas da Guarda Civil municipal. Ela quer se proteger do ex-marido, que não aceita a separação. “Hoje eu ando na rua, mas eu ainda ando com medo, achando que a qualquer momento ele pode aparecer, pode me agredir. Eu acho que vai ser o único jeito, porque a Justiça é a única que pode me proteger”, diz.G1