Em 2018, execuções do PCC em MS desafiaram autoridades e chocaram pela crueldade

Em 2018 as mortes atribuídas ao PCC em Mato Grosso do Sul chocaram pela crueldade e desafiaram autoridades que trabalham no combate à organização criminosa. As execuções seguem um rito que cumpre regras estabelecidas pela alta cúpula do grupo. Membros de facções rivais, considerados inimigos, e ‘irmãos’ acusados de traição, são submetidos a julgamento do ‘tribunal do crime’ e na maioria das vezes são sentenciados à morte.

Com o surgimento dos casos, setor de investigação da polícia conseguiu identificar características que tornaram-se uma espécie de assinatura dos crimes cometidos pelo bando. Tortura e decapitação estão entre as principais punições para as vítimas.

Foi este o fim do  jovem John Hudson dos Santos Marques, de 27 anos, encontrado decapitado no dia 22 de fevereiro em uma estrada vicinal entre o distrito de Indubrasil e a cidade de Terenos. Investigações apontaram que ele ele foi morto por ser simpatizante e vender drogas para a facção rival, o Comando Vermelho. Sete jovens foram presos pelo crime.

No dia 20 de março o detento Divino Ferreira, de 28 anos, o ‘Chimbinha’, foi encontrado morto enforcado em uma cela na PED (Penitenciária Estadual de Dourados. Ele foi obrigado a gravar um vídeo pedindo desculpas ao PCC e disse nomes de detentos do CV que estariam na lista de mortes do PCC. “Um recado para todos do MS, quem manda aqui é o PCC, que está na pista”, disse na gravação.

Outro caso que ganhou repercussão foi a morte de Joice Viana de Amorim, de 21 anos, encontrada decapitada em uma estrada vicinal na região do Bairro Santa Emília no dia 1º de maio. Ela foi morta após julgamento do Tribunal do Crime do PCC que envolveu 15 pessoas e foi obrigada a gravar um vídeo antes de ser morta.

Joyce teria sido assassinada porque afirmou ser integrante da facção rival CV (Comando Vermelho), ao exigir que seu chinelo roubado fosse devolvido. A ordem para a execução veio do presídio  e a vítima decapitada com uma faca de cozinha. O corpo foi deixado na estrada enrolado em uma lona.

Douglas Sarat de Moraes, de 18 anos, foi encontrado morto no dia 29 de julho, em Dourados, depois de postar uma foto em um grupo de WhatsApp fazendo apologia à facção rival Comando Vermelho, no entanto, após a morte, a polícia constatou que ele não era batizado pelo grupo. Ele teria sido atraído por três pessoas até um barraco, onde foi torturado antes de ser morto com um tiro na cabeça. O corpo foi desovado em uma estrada na região sul de Dourados.

No dia 30 de setembro Sorraira Cabritta Campos, de 24 anos, foi encontrada sem roupa íntima com várias perfurações de faca na Fazenda da Embrapa, em Campo Grande. Ela teria passado pelo ‘Tribunal do Crime’ e a morte ordenada de dentro do Presídio de Segurança Máxima por que a vítima ligações com a facção rival CV Comando Vermelho.

Quatro rapazes foram presos acusados do assassinato de Josivan Alves de Lima, de 35 anos, morto no dia 14 de setembro deste ano, em Dourados. O corpo de Josivan foi encontrado com as mãos amarradas em meio a um matagal.

Em depoimento, os autores confessaram que Josival passou pelo ‘Tribunal do Crime’ do PCC por fazer oposição à facção criminosa, sendo atraído até o local pelos autores.  Ele foi levado até um barraco, na região da Favela do Estrela Verá onde foi golpeado várias vezes no pescoço, quase o decapitando.

O corpo de Edgar Nunes da Silva, de 22 anos foi encontrado carbonizado dentro de um Fiat Uno, na região do Bairro Nova Lima, em Campo Grande, no dia 18 de novembro. Ele foi assassinado com várias facadas no pescoço e teria ficado em cárcere privado por aproximadamente 12 horas.

Edgar seria do Comando Vermelho e conhecia os autores, que faziam parte da facção rival PCC. Edgar estava sendo ameaçado depois de postar no Facebook uma foto em que fazia alusão ao Comando Vermelho. A foto teria sido postada há cinco anos. Midiamax

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