Um depoimento obtido com exclusividade pela TV Anhanguera mostra a denúncia mais recente de uma mulher que se sentiu abusada por João Teixeira de Faria, o João de Deus, em outubro deste ano. Por enquanto, o relato é o único no inquérito em fase de conclusão pela Polícia Civil.
João de Deus em aparição na Casa de Dom Inácio de Loyola em 12 de dezembro, após a revelação das denúncias de abuso sexual — Foto: Evaristo Sa
Nas declarações, ela conta que quando notou o pênis dele para fora da calça disse a ele que tinha reparado o membro exposto e ele interrompeu o “tratamento”. Em seguida, ele teria pedido que ela não contasse sobre o atendimento a ninguém.
- Entenda os rumos da investigação
O médium conhecido internacionalmente está preso suspeito de abusos. Ele nega todas as acusações.
Conforme a vítima, o caso ocorreu em outubro deste ano, na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, onde o médium fazia os atendimentos espirituais.
O depoimento consta no primeiro inquérito da Polícia Civil de Goiás contra João, que pode ser o único dos 16 casos registrados pela corporação, já que os demais são antigos e podem ter prescrito. O documento ainda não havia sido concluído até o início da tarde desta quinta-feira (20), mas, conforme a Polícia Civil, deve indiciar o suspeito por violência sexual mediante fraude, que prevê pena de dois a seis anos de prisão.
No depoimento, a vítima relata que “sozinha na sala com o médium ele apagou a luz, a posicionou de costas pra ele e começou a massagear abaixo do ventre afirmando que ela precisava daquela energia. […] João de Deus pediu que a mulher mexesse o quadril junto com as massagens que estava recebendo e depois tentou encostar nela. A mulher começou a tentar se esquivar do médium”.
O relato da mulher segue descrevendo que o médium, em seguida, pediu que ela o massageasse. “Durante a massagem ela percebeu que parte do pênis do médium estava do lado de fora das calças”.
“A mulher contou que olhou nos olhos de João de Deus e disse: seu pênis está pra fora. Foi quando ele arrumou as calças e disse pra ela escolher um dos quadros que estavam expostos”, diz o relato.
Por fim, a vítima conta que, na despedida, o médium pediu para “ela não relatar o que aconteceu durante o atendimento a ninguém”.
A Polícia Civil também investiga o motivo do médium ter mais de R$ 400 mil em moedas nacional e estrangeira em casa, além de seis armas. Ao negar o pedido de habeas corpus dele, o ministro Néfi Cordeiro avaliou que a demora para localizá-lo e movimentação urgente de altos valores na conta indicavam risco de fuga. G1