Ângelo Ricardo usou roupas da vítima para fugir do local do crime — Foto: Patrick Marques/G1 AM
O suspeito de matar uma mulher e o sobrinho dela confessou à polícia que cometeu o crime por ter brigado com a vítima após se recusar a ter relações sexuais com o jovem. Segundo a polícia, ele teria ido até a casa com o intuito de Alexandro Matheus o ajudar no sonho de ser modelo. Os dois se conhecerem em uma rede social. Osuspeito foi preso na manhã de sábado (15), no município de Presidente Figueiredo, a 107 quilômetros de Manaus.
De acordo com o delegado Orlando Amaral, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Ângelo Ricardo da Silva Leocadio Junior se escondeu no município, mas foi reconhecido após a polícia divulgar imagens de câmera de segurança que mostram homem usando roupas, sapatos, óculos e chapéu que pertenciam ao jovem morto.
“Nós o encontramos no município e já tínhamos um mandado de prisão em nome dele. Ele diz que conheceu a vítima uma semana antes do crime, por uma rede social. Alexandro o convidou para ir até sua casa. Ele disse que a vítima o ajudaria a fazer umas fotos, porque ele tinha o sonho de ser modelo – e foi até o local para isto”. disse o delegado.
O suspeito contou aos policiais ainda que, em determinado momento, na casa das vítimas, eles se desentenderam porque ele se recusou a praticar atos sexuais com Alexandro. Eles, então, tiveram uma luta corporal e o suspeito deu um golpe de artes marciais na vítima e a derrubou no chão. Neste momento, Alexandro teria batido a cabeça, segundo o Ângelo.
“Ele tenta negar isso, mas ele bateu a cabeça no chão e ainda utilizou uma tesoura. A tia de Alexandro chegou em casa enquanto o suspeito estava prestes a sair da casa, eles se encontraram. Ela gritou, pediu socorro e aí ele também a matou, ao usar os mesmos meios”, explicou Amaral.
Ainda conforme o delegado, o suspeito levou equipamentos eletrônicos, perfumes e roupas da casa das vítimas, na tentativa de “maquiar” a cena do crime, para que parecesse um latrocínio. Todos os objetos foram localizados pelos policiais, após a prisão de Ângelo.
No dia do crime, houve a informação que haviam preservativos masculinos usados próximo ao corpo da vítima. Sobre isto, o delegado comentou que ainda aguarda pelo resultado da perícia e exames feitos no dia do ocorrido, para saber o que, de fato, aconteceu.
Apresentado em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (17), Ângelo preferiu não falar sobre o caso. Durante a apresentação, ele vestia as mesmas roupas da vítima que usou para fugir do local do crime.
Família encontra ‘paz’ em resolução
A irmã de Alexandro e sobrinha de Arlete, Rejane Araújo de Lima esteve presente durante a apresentação de Ângelo e parabenizou o trabalho da polícia ao encontrar o suspeito do crime. “Agradeço muito a Deus e a equipe do Dr. Amaral. Sabia que ia encontrar o monstro que fez isso com minha tia e meu irmão. Ficamos um pouco em paz. Sabemos que eles não voltam mais, mas a justiça dos homens deve ser feita”, disse.
O suspeito foi encaminhado para a DEHS e deve responder pelo crime de homicídio Qualificado. Após os proceimentos cabíveis na delegacia, ele deve ser encaminhado para o Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM).
O caso
Alexandro Mateus Araújo de Lima, de 31 anos, e a tia dele, Arlete Pereira de Araújo, de 70, foram encontrados mortos dentro da casa onde moravam no dia 4 de dezembro. O caso ocorreu no Conjunto Hileia, Zona Centro-Oeste de Manaus. Segundo a polícia, as vítimas estavam despidas e foram mortas por agressão física.
Tia e sobrinho moravam em uma casa situada na Rua Dez. Os corpos foram encontrados por volta das 18h por um amigo de Alexandro, que foi até o local depois que a vítima não compareceu ao trabalho.
Ao chegar na residência, o rapaz encontrou o local trancado e então decidiu pular o muro. Ele entrou no local e viu rastros de sangue.
De acordo com o delegado Abrahão Serruya, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), os corpos das vítimas estavam sem roupas e em banheiros diferentes da residência. Tia e sobrinho foram mortos por agressão e tiveram os crânios esmagados.
Ainda segundo Serruya, a residência estava com os móveis revirados e não apresentava sinais de arrombamento. No banheiro onde Alexandro foi encontrado, a perícia localizou preservativos masculinos usados. G1