Familiares de Gabrielly Ximenez, de 10 anos, morta após supostas complicações depois de ter apanhado de três colegas na saída da escola, lamentam a saga que enfrentaram por uma semana antes da menina morrer em uma cirurgia nesta quinta-feira. No velório, que acontece nesta sexta-feira (07), o tio Célio Vilela, de 42 anos, conta que um dos médicos chegou a dizer que a criança poderia estar fazendo ‘manha’.
Na quinta, dia 29, quando aconteceu a agressão, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) teria demorado cerca de uma hora e meia para levar a criança ao hospital. Deitada na rua e sem conseguir sentir as pernas, a menina teria até ficado um tempo na chuva após ser agredida.
O pai lembra que Gabrielly contou que as meninas teriam ameaçado deixa-la ‘em uma cadeira de rodas’ e a agredido com as mochilas, que estavam cheias de livros. Segundo o tio, a menina foi ao hospital, fez exames, ficou um dia sob observação e teria sido liberada sem medicamentos.
Na segunda-feira (3), Gabrielly relatou dores. Ela foi levada para a UPA Coronel Antonino, onde teria sido receitado apenas um remédio para dor. “O médico chegou a dizer a mãe dela que poderia ser manha’, conta.
Mesmo assim, a criança foi encaminhada ao CEM (Centro de Especialidades Médicas), onde foi colocada uma tala na perna. “Não tinha sentido. Ela disse que sentia dor na virilha, mas acabaram colocando essa tala na perna, o que não tinha nada a ver. O pai dela acabou tirando, porque estava atrapalhando a criança”, lamenta Célio.
Na última quarta, a família levou a menina ao hospital, onde teria sido diagnosticada a lesão. “Parece que tinha uma bactéria na lesão, já alojada, e aí operaram. Também falam em embolia pulmonar. Como ela morreu e tudo ficou tumultuado por conta do velório, da dor da família, ainda não fomos buscar os relatórios médicos”, explicou.
Em nota, a Santa Casa informou que a criança deu entrada na unidade por volta das 13h30 da quarta-feira (04), “por demanda espontânea referindo dor em região lombar e febre. Foi avaliada pela ortopedia com o diagnóstico de artrite séptica no quadril e encaminhada para o centro cirúrgico apresentando em todo o tempo período de instabilidade hemodinamicamente evoluindo para inúmeras paradas cardiorrespiratórias, sendo realizado os protocolos e levada para a área vermelha devida a grande gravidade”.
A menina teve mais uma parada às 6h25 da quinta-feira (06), quando morreu.
O tio conta que a família quer que todas as responsabilidades sejam apuradas. “Tanto da escola, como dos médicos, como das meninas. Uma série de coisas aconteceram e nós só queremos que a Justiça seja feita, mesmo que nada traga a Gabrielly de volta”. Midiamax