Um dia após a eleição, a rua em frente ao condomínio em que mora o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), na Barra da Tijuca, seguia bastante movimentado nesta segunda-feira (29). Além de eventuais aliados políticos, o movimento era de eleitores comemorando e querendo dar apoio ao novo presidente, ambulantes tentando vender itens com imagens do político e até turistas de outros estados. O local está com a segurança reforçada, com equipes do Bope, Core e Polícia Federal.
Entre os eleitores do presidente eleito estava Vander Ribeiro, de Nova Iguaçu, que sai todos os dias de casa para levantar no local uma faixa com os dizeres “Derrubaram um homem, levantaram uma nação”.
Vander, que trabalha como barbeiro aos finais de semana, sai da Baixada Fluminense de segunda a sexta-feira, pega três ônibus para chegar no condomínio na Zona Oeste do Rio, mas garante que vale a pena. Ele bate ponto por lá desde o dia 7 de setembro, quando Jair foi esfaqueado em Juiz de Fora, em Minas Gerais.
“Apoio o Bolsonaro desde 2014, quando só tinha 300 mil pessoas no Facebook. Com essa crise toda no Brasil a gente teve que buscar um símbolo e vi nele essa esperança. Pego três ônibus para vir, mas vale a pena. Muitos me chamam de louco por isso, mas eu acredito que patriotismo não é qualquer um que entende”, diz Vander.
Empresário Rodrigo Resende saiu de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para festejar a vitória de Bolsonaro — Foto: Patricia Teixeira/G1
O empresário Rodrigo Resende saiu de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para festejar a vitória de Bolsonaro nas urnas. Nesta segunda-feira (29), Rodrigo esteve na Barra para comprar itens com imagens do novo presidente.
“Vim comprar a camiseta do Bolsonaro pra tentar mudar essa realidade do Brasil. Viemos no sábado para comemorar porque tínhamos a certeza da vitória dele”, conta.
“Foram 130 camisas vendidas. E o pixuleco do Lula presidiário, que estava encalhado, vendeu tudo. Bolsonaro foi um mito mesmo. Tenho 45 anos e nunca tinha vendido camisa de político”, revela Sidney, que costuma vender camisas em shows de artistas internacionais no Rio, como Madonna e Justin Bieber.
Rodrigo Carioca, analista de suporte, levantou sua bandeira do Brasil, tocou sua corneta e bebeu com os amigos em homenagem ao presidente eleito no segundo turno durante a tarde desta segunda.“Estamos está aqui reunidos porque é uma felicidade para o carioca ter um presidente que mora aqui do Rio de Janeiro, não pudemos vir ontem, mas hoje estamos aqui fazendo festa em frente à casa do mito”, brinca Rodrigo.
Visitas nesta segunda-feira
Nesta segunda-feira, Bolsonaro não saiu de casa e recebeu a visita do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), já anunciado como ministro-chefe da Casa Civil do próximo governo, de Alexandre Frota (PSL), eleito deputado federal por São Paulo, e dos deputados federais eleitos Delegado Éder Mauro (PSD/Pará) e Nereu Crispim (PSL/RS).
Onyx disse à imprensa que o presidente eleito já tem sua primeira viagem internacional prevista e que deve ser para o Chile. Ele ainda disse que esta semana pelo menos 20 nomes vão ser definidos pra integrar a equipe de transição, que começa a trabalhar em Brasília no dia 5 de novembro.
O deputado ainda confirmou que, na próxima terça-feira (30), o grupo mais próximo ao presidente eleito fará uma reunião na casa de Bolsonaro. Na quarta-feira (31), Lorenzoni vai a Brasília para um encontro com o general da reserva Augusto Heleno, provável ministro da Defesa do novo governo. De acordo com o Onyx, Bolsonaro só viaja para a capital do país na próxima semana, quando deve encontrar com o atual presidente Michel Temer.
Ao sair do condomínio de Bolsonaro, Alexandre Frota disse apenas que trabalhará como deputado federal nos próximos anos.