Valdemir Ribeiro Albuquerque e outros quatro colegas foram demitidos após as denúncias de que o juiz aposentado havia favorecido presos do Presídio Federal de Campo Grande
A Justiça Federal absolveu nesta quarta-feira (17) Valdemir Ribeiro Albuquerque, um dos cinco agentes penitenciários federais acusados de calúnia após denunciarem o juiz aposentado e atual candidato a governo do Estado, Odilon de Oliveira de favorecer presos do Presídio Federal de Campo Grande.
Na decisão, o juiz Dalton Igor Kita Conrado, na 5ª Vara Federal da Capital, inocentou Valdemir do crime de calúnia pelo fato não constituir uma infração penal e absolveu o réu das acusações de difamação e injúria por falta de provas.
À época,o juiz negou as denúncias, que resultaram em apurações na OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e CNMP (Conselho Nacional de Justiça), todas arquivada. Os agentes acabaram demitidos em 2011 e foram denunciados por calúnia pelo MPE.
Em abril deste ano, seis anos após a denúncia, a ação entrou na fase de audiências. Dos cinco réus, dois tiveram o processo desmembrado. Os outros três – Francisco Florisval Freire, Valdemir Ribeiro Albuquerque e José Francisco de Matos – começaram a apresentar as testemunhas ao juiz federal da 5ª Vara no dia 13 de abril.
Odilon foi ouvido no dia 20 de abril. Além do juiz aposentado, prestaram depoimentos a juíza Raquel Domingues do Amaral, o delegado de Polícia Federal Mario Paulo Machado Nomoto, o agente penitenciário federal José Luciano Taldivo, o advogado Luiz Gustavo Pataglin Maciel, ex-defensor de Fernandinho Beira-Mar, o desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Nery Júnior, e também os dois presos envolvidos na denúncia, Fernandinho Beira-Mar, e José Reinaldo Giroti, o Alemão.
Responsabilidade – O advogado de Valdemir, Francisco Florisval Freire, afirmou que Odilon havia negado envolvimento na demissão de seu cliente e, depois, tentou o processar por calúnia. A intenção, agora, é avaliar alguma penalidade contra o juiz aposentado.
“O juiz entendeu que não houve crime nenhum. Vamos estudar agora a possibilidade de responsabilizá-lo por danos morais e materiais suportados pelo meu cliente, que nunca antes havia entrado numa delegacia sequer para prestar ‘queixa’ como vítima”, afirmou.
A reportagem pediu o posicionamento do juiz aposentado Odilon de Oliveira e aguarda o retorno. Campo Grande News