A justiça do Amazonas decretou nesta quinta-feira (16) a prisão temporária do empresário flagrado, no dia 7 deste mês, com uma menina de 13 anos em um motel na Zona Norte de Manaus. Ele havia sido liberado em audiência de custódia para responder pelo crime em liberdade, sob monitoramento por meio de tornozeleira eletrônica.
Segundo a polícia, a menina fazia programa agenciada pela própria tia. Ela também teve a prisão temporária decretada.
O mandado foi expedido pela juíza titular da Vara Especializada em Crimes contra a Dignidade Sexual de Crianças e Adolescentes, da Comarca de Manaus, Patrícia Chacon de Oliveira Loureio.
As prisões dos suspeitos foram decretadas por um período de 30 dias, podendo ser prorrogada por igual período.
O caso já estava sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) quando uma denúncia anônima informou o local para onde os suspeitos levariam a garota. Equipes da unidade especializada foram até o motel indicato e flagraram o crime.
MP contesta soltura de empresário flagrado com menina de 13 anos em motel em Manaus
De acordo com a delegada Joyce Coelho, a tia da menina costumava entrar no motel no banco de passageiro, para que a sobrinha não fosse vista e pudesse levantar suspeitas de funcionários dos estabelecimentos. Ela se mantinha escondida no banheiro durante o programa.
A polícia prendeu a dupla e fez buscas no interior do veículo do empresário, uma picape modelo Hillux. Ao todo, R$ 10 mil em notas de R$ 100 foram encontrados no carro. A Depca vai investigar se o dinheiro seria usado pra pagar a tia da adolescente.
O homem é dono de uma empresa de vigilância privada que atua na capital. A delegada informou ainda que não era a primeira vez que ele se encontrava com a menina.
A garota foi encaminhada para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Os suspeitos devem responder por prostituição infantil.
Entenda o caso
O homem foi preso em flagrante em um motel no bairro Monte das Oliveira.
Segundo a polícia, a tia da menina costumava entrar no motel no banco de passageiro, para que a sobrinha não fosse vista e pudesse levantar suspeitas de funcionários dos estabelecimentos. Ela se mantinha escondida no banheiro durante o programa.
O homem pagava entre R$ 500 e R$ 1 mil para a tia da jovem. Os abusos começaram neste ano.
O Grupo Rede Amazônica teve acesso às imagens do momento da prisão e ao depoimento da vítima. Em um dos trechos, a jovem relata que recebia ameaças de morte da tia, que usava a figura do empresário para lhe intimidar.
“Se ela suspeitasse e fosse presa, ela tinha coragem de me matar e que o [empresário] tinha muito dinheiro e podia me matar (…) Ela disse que o [empresário] era muito calculista. Ela disse que tinha coragem, porque ela não ia para cadeia por causa de mim”, contou.
A vítima relatou ainda o que ocorreu no dia em que o abuso foi descoberto pela polícia e o que sentiu no momento da prisão.
“Quando a gente chegou lá, ela [tia] ficou dentro do quarto e, depois que ele [empresário] começou a fazer o negócio comigo, ela entrou para o banheiro. Aí depois que ele parou, tudo aconteceu. Parece que era a Mulher Maravilha entrando para me salvar”, comentou.
A delegada Joyce Coelho disse que a vítima cedia por estar em uma posição inferior.
“Como ela dependia economicamente e até emocionalmente, ela acabava cedendo contra a sua vontade”, disse G1