Aos 54 anos, o empresário goiano José Batista Júnior, que já foi presidente da JBS e, nos últimos dois anos, dedicou-se à política, voltou ao comando de um frigorífico ao comprar, no último dia 7, o mineiro Mataboi, que faturou R$ 1,6 bilhão no ano passado e atravessou um processo de recuperação judicial.
Em 2013, Júnior resolveu desvincular-se do grupo JBS, para poder perseguir o seu sonho de governar Goiás. Nesses dois anos, paralelamente à atuação política, ele passou a dar mais atenção à sua holding particular, a JBJ Investimentos. Formada inicialmente por seis fazendas voltadas à criação de gado de corte e melhoramento genético, inclui ainda um braço imobiliário, a JFG Empreendimentos.
No entanto, passada a eleição em Goiás – da qual Júnior acabou desistindo de concorrer –, ele voltou ao setor com a aquisição do Mataboi.
Com 2,8 mil funcionários, o Mataboi não se compara em tamanho com os gigantes do setor, mas tem unidades de grande porte em São Paulo, Minas Gerais e no Centro-Oeste, com capacidade de abate de 2,6 mil bovinos por dia. Ao incluir um frigorífico no portfólio de negócios da JBJ, o empresário também garante um importante comprador para o gado criado em suas fazendas.
Primogênito de José Batista Sobrinho – o Zé Mineiro, fundador da Friboi –, Júnior passou a maior parte de sua vida atrelado à empresa da família. Foi figura-chave na transformação da companhia criada pelo pai, na década de 1950, para vender carne ao exército de trabalhadores recrutados para a construção de Brasília. Nomeado presidente da JBS pelo pai, Júnior permaneceu por 25 anos no cargo, que agora é gerida pelo irmão Wesley.
Agora, o empresário sabe que vai precisar valer-se de sua experiência anterior na JBS para dar conta dos desafios à frente do Mataboi. No entanto, se conseguir repetir o desempenho do passado, certamente não será difícil para, quem se tornou famoso como Júnior Friboi, ser lembrado no futuro como Júnior Mataboi.
Fonte: Isto É Dinheiro, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint