Menina sofre com grandes bolhas pelo corpo e família luta pelo diagnóstico: ‘Só piora’

A tia de Camily, a dona de casa Roselaine Santana, conta que a menina ficou com ela e com a avó na última quinta-feira (7). Elas perceberam que Camily estava com pequenas bolinhas, tanto nas pernas quanto no braço e no rosto. A menina foi levada ao Hospital de Bertioga, onde o médico indicou uma pomada e também um remédio via oral.

No dia seguinte, a menina acordou com grandes bolhas por todo o corpo. “Minha cunhada [mãe de Camily] a levou de novo no Hospital de Bertioga, por volta do meiodia, e ficou aguardando até a noite para resolver o que seria feito. Ela [Camily] chegou a fazer exames, que apresentaram uma alteração no de sangue. Ela ficou internada lá”, conta a tia da menina.

Segundo ela, as grandes bolhas estão estourando por todo o corpo e ficando com a aparência de queimaduras. Enquanto isso, outras vão surgindo, a cada dia. Os médicos, de acordo com Roselaine, não conseguiram fechar um diagnóstico. “Um falou que era uma infecção. O outro disse que nunca tinha visto um caso assim, em 32 anos de profissão. A doença dela já saiu do controle”.

A Secretaria de Saúde de Bertioga informou que a criança foi diagnosticada com hipótese de Síndrome Bolhosa Cutânea. Pelo fato de algumas doenças de pele, como as síndromes da pele escaldada, bolhosa cutânea e de Steven Johnson terem características clínicas parecidas, acometidas por uma bactéria chamada estafilococos, são necessários exames complementares para um diagnóstico exato.

A pasta entrou com pedido de vaga na Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (CROSS) para hospital de referência, que concedeu vaga de UTI no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, para onde está sendo providenciada a transferência da paciente. Lá, ela poderá fazer exames mais específicos.

A epidermólise bolhosa é uma doença genética rara caracterizada por grande sensibilidade da pele. Devido à falta de adesão entre as células da epiderme, qualquer traumatismo – ainda que leve – pode levar à formação de bolhas e ao descolamento da pele, de acordo com a médica Valéria Petri, professora do Departamento de Dermatologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).