O delegado Glênio Ricardo Alves Costa informou que o marido da secretária detida suspeita de fingir o próprio sequestro ficou indignado ao ser informado pela polícia de que a esposa tentava extorquir dinheiro dele. Ela chegou a mandar fotos amordaçada para o companheiro e, se passando pelo sequestrador, pediu R$ 100 mil de resgate, de acordo com a polícia.
À corporação, ela negou o crime. A reportagem não conseguiu localizar a defesa da mulher.
O casal mora em São Francisco de Goiás, na região central do estado. Na madrugada de sexta-feira (1º), o operador de máquinas foi até a delegacia para comunicar o sequestro da esposa, de 26 anos. No entanto, de acordo com a polícia, ela estava em um hotel em Santo André (SP) e, usando o próprio celular, se passava por sequestrador para enganar o marido. A secretária foi detida no mesmo dia suspeita de extorsão.
“O marido dela ficou indignado. Ele é uma pessoa muito humilde e não tinha palavras para se expressar quando o informamos do golpe. Os dois se conheciam desde criança e estavam casados há oito anos”, explicou o delegado.
A suspeita da polícia é que ela fingiu o sequestro e tentou extorquir o marido para pagar dívidas. “Ela tinha uma dívida de R$ 4 mil, mas ainda não foi identificado com quem. Então acreditamos que o valor que ela estava pedindo era para quitar esses débitos”, contou Costa.
A polícia conseguiu localizar a jovem após seguir vários rastros deixados por ela. Segundo o delegado, a secretária comprou uma passagem aérea no dia 9 de maio e embarcou para São Paulo na quinta-feira (31). Câmeras de segurança flagraram a jovem entrando no aeroporto de Goiânia.
A mulher fez a reserva no hotel em seu próprio nome e estava fazendo gastos pequenos com o cartão de débito durante o período. Além disso, estava usando o próprio celular para se passar por um sequestrador e tentar negociar com o marido.
O delegado informou que ela foi detida no hotel pela polícia paulista e levada à delegacia. Depois de ser ouvida, foi liberada. A jovem vai responder por extorsão e falsa comunicação de crime.
“Como esses crimes foram cometidos em São Paulo, vamos encaminhar o processo, os depoimentos que colhemos, para a delegacia de lá que agora vai ficar responsável pelo andamento das investigações”, completou o delegado. G1