Caminhoneiros que bloqueiam carretas em um ponto da BR-364, em Jataí, no sudoeste goiano, liberaram, nesta terça-feira (29), a passagem de um caminhão carregado com botijões de gás após o pedido do dono da distribuidora. Para que o veículo fosse liberado, o comerciante se comprometeu a reduzir o preço do produto a R$ 75, como era vendido anteriormente, e a vender um botijão por família.
Este é o nono dia de protesto contra a alta do diesel. A carreta, que transportava 600 botijões de gás, estava parada há três dias na rodovia. Caminhoneiros que participam do bloqueio foram até a distribuidora para checar se o acordo estava sendo cumprido.
Moradores da cidade souberam da liberação da carreta e foram para a distribuidora antes mesmo de a carga chegar. Algumas pessoas levaram duas horas para comprar um botijão, pois a fila ia até o outro quarteirão.
O G1 procurou o Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da Região Centro-Oeste (Sinergás) para saber se mais caminhões foram liberados, mas as ligações não foram atendidas. Na segunda-feira (28), a entidade informou que 95% dos depósitos do estado não tinham botijões.
O Procon fiscaliza os depósitos para evitar preços abusivos. Quem quiser, pode denunciar situações suspeitas pelo telefone 151.
Situação crítica
Segundo o presidente do Sinergás, Zenildo do Vale, o estado tem 3,5 mil depósitos, dos quais 550 estão na capital. Ele avisa que, se o problema não for resolvido logo, a situação pode piorar ainda mais. Ele afirma que o quadro é crítico e que não há previsão para normalização do fornecimento do produto.
“Não tem previsão porque mais de 60 carretas estão nas barreiras em vários pontos. Não depende de nós, depende da greve”, afirma Vale.
Os caminhoneiros que quiserem seguir viagem podem pedir auxílio da Secretaria de Segurança Pública (SSP) para requisitar escolta policial. A medida foi definida pelo Comitê de Gerenciamento de Crise e privilegia cargas como combustíveis e gás de cozinha. A solicitação pode ser feita pelo número (62) 3201-6101.
Protesto
O número de pontos de protesto com bloqueios para caminhões subiu para 79 no estado nesta terça. De acordo com as polícias rodoviárias Estadual e Federal, são 52 trechos de manifestação em rodovias estaduais e 27 em estradas federais.
A greve de caminhoneiros chegou ao 9º dia, nesta terça-feira, agravando a situação das indústrias, distribuição de combustíveis, o fornecimento de remédios e o funcionamento do transporte coletivo.
O Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado de Goiás diz que o governo atendeu às demandas da categoria, mas que a entidade sindical não responde mais pelas paralisações, já que, para a instituição, caminhoneiros agora fazem parte de um protesto da “sociedade civil”.