Os números também são consequência do acesso à educação para o especialista, bem como condições de vida diferentes para os grupos. Apenas 8,8% da população negra com mais de 25 anos frequentou uma faculdade. Para a população branca, esse índice é de 22,2%. A média salarial de uma pessoa branca no Brasil é de R$ 2697 enquanto pretos e pardos recebem, em média, R$ 1534.
Além da diferença média no salário, há mais trabalhadores negros sem carteira assinada que brancos — 21,8% e 14,7%, respectivamente. Para Maria Helena Machado, professora da Universidade de São Paulo e especialista na história social da escravidão, as consequências do processo permearam toda a sociedade. “As pessoas viviam com a escravidão de maneira muito naturalizada. Quando uma sociedade é construída sob uma base dessas, a mudança é bastante longa e difícil, é árdua”, diz a professora.
Enquanto 8 em cada 10 das pessoas mais ricas no Brasil são brancas, na parcela mais pobre da nossa sociedade a proporção se inverte: 8 a cada 10 pessoas com baixas condições são negros. G1