Tido como desaparecido nos escombros do edifício Wilton Paes de Almeida, Artur Hector de Paula, de 45 anos, se apresentou à Polícia Civil na manhã desta sexta-feira (11). Ele contou que tinha se ausentado para cuidar do pai, que sofreu um derrame cerebral em Belo Horizonte.
“Quando meu pai viu que o prédio caiu, teve um AVC [acidente vascular cerebral], e eu corri para lá”, disse em entrevista na porta do 3º Distrito Policial, delegacia nos Campos Elíseos que investiga a tragédia.
Artur contou que, na madrugada de 1º de maio, tinha saído do prédio minutos antes do incêndio. “Fui tomar uma cerveja. Depois de algumas horas, voltei para pegar minha carteira, estava sem meus documentos, eu vi o que tinha acontecido.”
Ele acrescentou que ficou no acampamento formado pelos desabrigados no Largo do Paissandu até quinta-feira passada (3), dia em que soube do AVC de seu pai. Só soube que era considerado desaparecido em Belo Horizonte. “Me falaram, e eu vi na televisão. Por isso voltei rápido.”
Segundo o delegado Osvany Zanetta Barbosa, do 3º DP, o boletim de ocorrência de desaparecimento de Artur foi arquivado, e um de encontro foi lavrado.
O policial acrescentou que não acredita que Artur quisesse ser registrado como morto. “A intenção dele era ajudar o pai, mesmo. Tanto que voltou agora para se apresentar.”
Desaparecidos
Além de Artur, outras sete pessoas que moravam no prédio foram consideradas desaparecidas. Somente uma delas foi identificada: Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, o homem que estava prestes a ser resgatado pelos bombeiros quando a estrutura do prédio desabou.
Saiba quem são os outros desaparecidos:
Francisco Dantas, de 56 anos;
Selma Almeida da Silva, 40;
Werner, 10, filho de Selma;
Wendel, 10, filho de Selma;
Eva Barbosa Lima, 42;
Walmir Sousa Santos, 47..