Um ano depois de perder a mulher em um crime que chocou São José do Rio Preto (SP), no noroeste paulista, César Augusto Lopes falou sobre a mudança de vida que precisou enfrentar. A mulher dele, Simone de Moura Facini Lopes, foi encontrada morta, seminua e acorrentada em uma cama em uma chácara na zona rural da cidade.
A vítima, de 31 anos, fazia trabalho voluntário e dava aulas para o autor do crime, Francisco Lopes Ferreira, de 64. Ela foi morta com golpes de marreta na cabeça.
César Augusto conta que luta diariamente para cuidar do filho e se manter firme, mesmo após a trágica perda.
“Graças a Deus eu e meu filho estamos melhorando a cada dia. No começo foi muito difícil, mas Deus dá para a gente um alento. O tempo cura a ferida. Passei por uma depressão forte, mas graças a Deus estou conseguindo tocar a vida”, diz.
Depois do crime, o filho do casal passou por acompanhamento psicológico, recebeu alta recentemente e está bem, assim como a família da vítima. “Mantenho sempre contato com minha sogra. Os familiares da Simone também estão bem, na medida do possível.”
O autor do crime está preso e aguarda o julgamento. “No mês passado fizemos a audiência de instrução e aguardamos a divulgação da data do julgamento para, então, analisar se é conveniente recorrer ou ir à júri. Enquanto isso, Francisco está preso”, afirma o advogado de defesa, João Dias.
O caso corre na 4ª Vara Criminal do Fórum de São José do Rio Preto e está sob segredo de Justiça.
César conta que não faz questão de acompanhar o caso judicialmente. “Na verdade não quero saber, nem lembrar disso. Dei um depoimento no início do julgamento, mas depois não soube de mais nada”, conclui.
Entenda o caso
A vítima frequentava a chácara regularmente, onde dava aula de ensino religioso para Francisco. De acordo com o boletim de ocorrência, ela foi encontrada com ferimentos graves na cabeça.
Segundo a polícia, um homem que morava com Francisco foi quem chegou primeiro na cena do crime e chamou a polícia. Francisco foi preso uma semana após o crime, no dia 20 de março de 2017.
Segundo a polícia, ele confessou ter matado Simone e disse para ela que estava apaixonado. Por causa da declaração, Simone disse que iria parar de dar aulas para ele. Desesperado, ele acabou matando a mulher. A vítima ensinava o suspeito a ler e a escrever. O suspeito escreveu até uma declaração para a vítima em uma foto. G1