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Rafael Soares, de 28 anos, esfaqueou a ex-companheira na manhã desta segunda (Foto: Alan Alves/ G1)
O açougueiro Rafael Soares, de 28 anos, preso em flagrante após golpear a companheira com 17 facadas dentro do Hospital Martagão Gesteira, em Salvador, onde a vítima acompanhava a filha de 11 meses internada com câncer, relatou que foi ao local com intenção de matar a mulher por ciúmes, porque desconfiou que ela estivesse o traindo
Ele foi apresentado pela polícia, na tarde desta segunda-feira (19), na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), em Brotas, e ainda destacou que não se arrepende do crime. “Eu fui pra matar, e a sorte é que ela está viva. Se ela está viva, ela dá graças a Deus. E não estou nem um pouco arrependido”, disse o homem à imprensa.
Rafael foi levado para unidade policial logo após a tentativa de homicídio, que ocorreu na manhã desta segunda, dentro da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. Conforme a polícia, o homem entrou no local alegando que iria substituir a companheira, a dona de casa Alana de Oliveira, de 24 anos, para que ela pudesse ir para casa, enquanto ele ficaria com a filha de 11 meses, que está internada há 70 dias.
Logo após desferir as facadas em Alana, Rafael foi contido por seguranças do hospital e, após a chegada de uma equipe da Polícia Militar, foi conduzido para a Deam. Alana, segundo a polícia, convive com Rafael há nove anos e tem três filhos com ele — todos menores de idade. A faca usada no crime foi apreendida pela polícia.
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Faca usada no crime foi apreendida e apresentada pela polícia durante coletiva de imprensa (Foto: Alan Alves/ G1)
Rafael Soares relatou no depoimento que já vinha há algum tempo desconfiando de uma suposta traição da mulher. “Ele disse que descobriu que ela estava traindo ele é que, por isso, foi hoje ao hospital premeditado, já com intenção de matá-la. Lá [no hospital], não houve nenhum tipo de discussão. Ele esperou a enfermeira sair da unidade, da UTI, e desferiu as facadas. Ele é claro no depoimento: diz que foi realmente com intenção de tirar a vida dela”, disse a delegada Aída Burgos.
Conforme a polícia, o suspeito, que tinha o costume de ir visitar a filha na unidade médica, relatou que levou a faca para o local dentro de uma mochila. “Ele pegou a faca na casa da mãe, na cozinha, sem que ela percebesse. A mãe não sabia de nada. Depois, colocou dentro da mochila e foi para o hospital premeditado a matar, motivado por ciúmes”, disse Aída.
O suspeito foi denunciado por tentativa de feminicídio e será encaminhado para audiência de custódia. A polícia disse que já pediu à Justiça a conversão da prisão em flagrante dele em prisão preventiva, sem prazo para expirar.
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Suspeito foi preso logo após agredir companheira com 17 facadas dentro de hospital (Foto: Alan Alves/G1)
Outra agressão
Em 22 de fevereiro de 2018, segundo a polícia, Alana registrou uma queixa contra Rafael por agressão. Na ocasião, conforme a polícia, ele ficou irritado também por ciúmes e porque ela queria terminar o relacionamento. A polícia informou que, após a denúncia, ofereceu à mulher uma medida protetiva, mas Alana não aceitou, porque disse que precisava da companhia dele para cuidar da filha que está internada.Também não houve a prisão do suspeito na ocasião, segundo a polícia, por falta de elementos que fundamentassem o pedido de prisão.
“Na oportunidade, ela apresentava uma lesão corporal de natureza leve. Não tinha elementos para uma prisão em flagrante e nem elementos para suficientes para representar por uma prisão por preventiva. Por isso, não foi feito isso e foi instaurado um procedimento regular. Foi fornecida para ela um indicativo de uma medida protetiva, mas ela disse que no momento não tinha interesse, porque o casal precisava estar perto para cuidar da criança”, afirmou a delegada Heleneci Nascimento, que também acompanha o caso.
A delegada Aída Burgos disse que uma prima de Alana relatou em depoimento que ela já havia comentado sobre ter sido ameaçada por ele. No entanto, conforme a polícia, somente houve uma queixa à polícia por parte da mulher — a de fevereiro.
“A prima dela, que está inclusive cuidado dessa criança no hospital agora, prestou depoimento e disse que ela [Alana] já havia comentado que ele a ameaçava constantemente, porque não aceitava a separação. Contou que ela, no entanto, sempre conversava com ele e que, por isso, mantiveram esse relacionamento por tanto tempo”, disse.
Caso
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Crime ocorreu dentro de hospital em Salvador, nesta segunda-feira (Foto: Vanderson Nascimento/ TV Bahia)
Alana foi atacada pelo companheiro dentro do Hospital Martagão Gesteira, em Salvador, por volta das 6h50, segundo a unidade de saúde.
Em entrevista à TV Bahia, a mãe de Rafael relatou que o filho saiu de casa dizendo que ia trabalhar, mas que desviou o caminho para ir até a unidade de saúde onde estava a vítima.
“Ele saiu para trabalhar e desviou do trabalho para poder ir para lá para o hospital, subiu para poder esfaquear ela, a mãe da filhinha dele que está no leito de um hospital. Só Deus é quem sabe a saúde da menina”, afirmou Maria Soares.
Também conhecido como Hospital da Criança, a unidade é uma instituição filantrópica que atende crianças e adolescentes de todo o estado, em diversas especialidades, como oncologia, neurocirurgia e cardiologia. Foi fundado no ano de 1965 e se tornou o primeiro hospital pediátrico do Norte-Nordeste.
Após ser agredida na unidade, Alana recebeu os primeiros socorros de uma equipe do Martagão Gesteira e, depois, foi encaminhada para o Hospital Geral do Estado (HGE), com ferimentos graves.
A jovem passou por uma cirurgia e, segundo a polícia, o estado de saúde é estável. A mulher não corre risco de morrer já que nenhuma artéria ou órgão vital foi atingido. . G1