Em depoimento considerado conciso e relativamente articulado, Douglas Igor Silva Fernandes, 38 anos, confessou à Polícia Civil que, no dia 27 de janeiro, um domingo, tentou estuprar duas jovens. Ele foi preso depois que uma delas, uma adolescente de 15 anos, procurou a delegacia, na sexta-feira passada, relatando um ataque sofrido naquela dia, em uma rua do jardim Noroeste. Tudo foi filmado, o que levou à localização de Douglas, pela Polícia Militar, a partir da placa do veículo, um Celta branco pertencente à mãe deleSegundo a delegada Marília de Brito, responsável pelo caso, Douglas Igor confirmou ter atacado as duas jovens com a intenção de cometer estupros. Ele foi preso uma série de cinco crimes ocorridos entre julho e agosto de 2007, cumpriu pena em regime fechado até agosto do ano passado, quando foi para o semiaberto, com autorização para sair para trabalhar, durante o dia, e visitar a família um domingo sim e outro não.
Sobre como se deram os ataques, delegada disse que ele não foi claro, embora tenha confessado o intuito de estuprar as duas jovens. Ele citou, segundo a delegada, que quando caiu em si, a adolescente estava no carro tentando fugir. A DPCA investiga o caso da adolescente. O outro, ocorrido no Jardim Montevidéu, está a cargo da DEAM, que ainda não detalhou como estão as investigações.
Douglas está com prisão preventiva decretada, por tentativa de estupro, desde o sábado passado.
Risco – A delegada explicou que fez o pedido por temer que ele voltasse às ruas, uma vez que a regressão de regime, do semiaberto para o fechado, nem sempre é automática.
No sábado mesmo ele voltou para o IPCG, onde havia cumprido toda a pena, na ala onde ficam os presos por violência sexual. No ano passado, em agosto, o juiz Caio Márcio Brito concedeu o direito ao regime mais brando, apesar de um pedido da promotora Paula Volpe de que o detento passasse por um segundo exame psiquiátrico.
À época, Douglas já havia passado por um laudo psicológico, que recomendou que fosse feita a análise por um médico psiquiatra. Essa análise foi feita, apontou que Douglas é diagnosticado com TPA (Transtorno de Personalidade Antissocial), ou seja, tem dificuldades de conviver em sociedade, o que é mais conhecido como sociopatia.
A partir desse laudo, a promotora entendeu que era necessária uma segunda opinião, mas o juiz Caio Márcio Brito avaliou que o detento tinha direito ao regime semiaberto e não era necessário mais um laudo psiquiátrico. Menos de seis meses depois, ele voltou a atacar e agora é alvo de dois novos inquéritos por violência sexual.Campo Grande News