O juiz federal Ney Augusto Paes de Andrade, da 3ª Vara, manteve a decisão de prender o ex-governador André Puccinelli (PMDB), depois de audiência de custória realizada no final da tarde de hoje em Campo Grande. No mesmo procedimento, as outras três prisão, uma preventiva e duas temporárias (com prazo de 5 dias) foram mantidas também.
A defesa do ex-governador tentou reverter a prisão preventiva por medidas cautelares, mas o magistrado negou o pedido. “Neste momento, entendo que é melhor reiterar os termos da decisão (mandado de prisão expedido anteriormente)”, explicou o juiz.
André também foi questionado como foi o tratamento dado a ele durante o cumprimento do mandado de prisão. “Fui tratado com respeito”, disse. Esse questionamento é de praxe em audiências de custódia.
Entre hoje e a manhã desta quarta-feira (15), o investigado pela PF vai ser levado para o Centro de Triagem Anísio Lima, no Complexo Penal do Jardim Noroeste, em Campo Grande.
Puccinelli acordou com policiais federais na porta do apartamento dele, que fica em área nobre de Campo Grande, na Avenida Euclides da Cunha, região central. A PF deflagrou hoje a Operação Papiros Lama, 5ª etapa da Operação Lama Asfáltica.
Essa investigação apura corrupção ativa e passiva, desvio de recursos públicos, sonegação fiscal a partir do recebimento de propina. As apurações começaram em 2015, mas remetem a casos iniciados em 2013.
Há o envolvimento de pessoas físicas e jurídicas no esquema de desvio de recursos públicos que totalizam R$ 235 milhões até o momento da investigação.
No total foram cumpridos hoje dois mandados de prisão preventiva (André Pucinelli e o filho dele, André Puccinelli Junior), dois de prisão temporária (Jodascil Gonçalves Lopes e João Paulo Calves), seis de condução coercitiva e 24 mandados de busca e apreensão.
Além de Campo Grande, os alvos estão localizados nas cidades de Nioaque (MS), Aquidauana (MS) e São Paulo (SP).
REVERTER PRISÃO
As defesas dos advogados Jodascil Gonçalves Lopes e João Paulo Calves argumentaram na audiência de custódia que não havia motivo para manter as prisões temporárias. Foi solicitado a substituição da prisão por outras medidas cautelares, o que foi negado.
“Meus clientes foram presos exclusivamente para depor, cada um deles prestou 16 páginas de declaração, portanto não há nenhum fato que justifique a prisão”, argumento André Borges, que defende Jodascil e João Paulo. Correio do Estado