Novembro azul: o exame PSA é colocado em dúvida

Descoberto no início dos anos 70, o antígeno prostático específico – PSA, na sigla em inglês -, produzido por células da próstata, é uma proteína cujo nível no sangue pode ser detectado por um simples exame de laboratório. Desde o início, esse exame vem sendo contestado. Um pesquisador da Universidade do Arizona, denominado Richard Ablin, publicou o livro “A Grande Farsa da Próstata: Como a Grande Medicina Sequestrou o Teste de PSA e Causou um Desastre de Saúde Pública”.

Todavia, poucos o ouviram e a quase totalidade das entidades médicas preconizava alegremente que o PSA era um exame importante que todos os homens acima de 50 anos deveriam a ele se submeter (45 anos para homens de raça negra).

Em 2009, veio um balde de água fria. Dois monumentais experimentos vinham sendo realizados desde a década de 90: um na Europa com 182.160 sujeitos, em sete países, ao longo de nove anos e outro nos Estado Unidos com 76.693 pessoas. Os resultados surgiram, lado a lado, no “New England Journal of Medicine”, uma das publicações médicas mais prestigiosa do mundo. No estudo dos EUA, a mortalidade por câncer de próstata havia sido 13% maior no grupo de pessoas que faziam regularmente o exame de PSA. Já no ensaio clínico europeu observou uma redução de 20% na mortalidade por câncer de próstata no grupo submetido ao exame. Tinha dado empate técnico. E, para piorar, o experimento europeu não era só com o PSA, as pessoas tinham se submetido ao toque retal. Os pesquisadores dos EUA indicavam que só seria possível ter uma avaliação correta se realizassem centenas de biópsias de próstata. Um procedimento doloroso em que fragmentos da próstata são retirados com agulha através do reto.

 Depois da publicação dos resultados dos ensaios clínicos, europeu e norte-americano, a grande maioria das sociedades médicas no mundo retrocedeu quanto a aconselhar o PSA. A posição mais impactante foi a da United States Preventive Services Task Force, agência governamental dos EUA encarregada de indicar exames preventivos. Passou a recomendar ativamente que os homens não realizassem o exame de PSA.

A questão é critica. A maioria dos governantes do mundo continuam realizando campanhas do “Novembro Azul” com indicação explícita de realização do PSA, mas a maioria das entidades médicas dizem que não devemos atender os apelos governamentais. Os mais ortodoxos só indicam o toque retal. Há outros que não aceitam nem mesmo esse exame que causa enorme constrangimento. O que fazer com tantas desavenças no meio médico? Para absoluta certeza só há uma resposta: biópsia da próstata. O exame de PSA vem sendo desacreditado pela maioria dos médicos. O vexaminoso toque retal está sendo desacreditado pela minoria dos médicos.

Como ganhar uma discussão sem perder a compostura.

Essas são algumas ferramentas que te ajudarão a evitar o ponto de não retorno em uma discussão acalorada. São tempos difíceis os que vivemos, em que aguentar o temperamento em uma discussão pode ser uma verdadeira arte. Há quem evite tocar em temas delicados com grandes amigos para não romper uma relação de anos. Há quem não compareça a almoços dominicais familiares para não ter que brigar com o cunhado e há quem entre e saia do escritório sem quase fazer ruído para não se meter em uma conversa incômoda. Mas se você não quer fugir e quer expressar suas opiniões de maneira educada, sem fazer seu interlocutor sentir-se mal, então deverá sustentar-se em técnicas de controle temperamental para sair bem de qualquer situação.
1. Evite o sincericídeo. Nem sempre é necessário dizer o que pensa. Isso dependerá da finalidade, do custo emocional e do vínculo da pessoa com quem discutimos.
2. Pratique escuta ativa. Escute e procure entender o que o outro está dizendo. Não tome como pessoal a opinião dos demais.
3. Cuidado com olhar excessivamente nos olhos do outro. Olhar nos olhos de seu interlocutor era uma maneira de demonstrar honestidade e atrair seu ouvinte. Era. Isso não funciona exatamente assim. Um estudo mostra que o contato visual, pelo contrário, pode tornar as pessoas mais resistentes à persuasão. Faz com que aqueles que pouco acreditam em você, tenham menor probabilidade de mudar de opinião.
4. Module o tom da voz. Expresse suas ideias em um tom que aproxime as pessoas. Nunca levante a voz. Não utilize palavras que possam ferir susceptibilidades.
5. Respeite as crenças e valores de seu interlocutor. Não transforme uma discussão de ideias em algo pessoal.
6. Assegure-se de ter aliados. Credibilidade. Essa é a palavra que o separa de ganhar ou perder uma discussão. Uma das maneiras de consegui-la é ter um entorno que opine igual a você. Quanto mais pessoas pensem diferente de você, maior a sensação de estar equivocado. Menos credibilidade gozarão suas ideias. Outra sugestão é de apoiar seus argumentos em cientistas. Um recente estudo mostra que as pessoas tendem a crer mais no que os cientistas dizem. Quanto mais empírica e mais dados contenha seus argumentos, maior capacidade persuasiva terá.

Uma conversa nervosa sobre mercado financeiro e bolsa.

-Bem, você escreve análises sobre a conjuntura econômica instigantes é baseada em dados factuais, mas nos últimos tempos começou a falar sobre a Bolsa de Valores de maneira…como posso dizer? De maneira mais filosófica. Você diz, por exemplo, que o mercado de ações é um templo para aqueles que têm fé.
-Isso mesmo.
-isso mesmo?
-Bem… essa imagem nem ao menos é minha. É uma metáfora bem convencional, aliás.
-De que forma?
– É evidente que a existência tanto da religião como do mercado financeiro está baseada na fé. Se começarmos a duvidar, os dois ruem. É um fato incontestável.
– Mas nos duvidamos o tempo todo. A pergunta que andamos nos fazendo é se estamos em uma bolha ou na primeira fase de uma época de prosperidade.
– A dúvida, desde que em pequena escala, não impossibilita a existência da Bolsa de Valores ou do mercado financeiro. Todos os dias milhões de pessoas duvidam, se enchem de esperanças e fazem suas análises, e essa atividade é que define os preços. A dúvida a que me refiro é mais profunda, mais fundamental. Estou me referindo a uma dúvida referente ao crescimento e aos lucros futuros. Nada é mais perigoso para um mercado do que o surgimento de uma dúvida séria. Um sentimento de apreensão pode quebrar a Bolsa e lançar o Brasil em uma nova depressão.
– Também podemos começar a duvidar da própria ideia, de toda essa criação imaginária.
-Imaginária?
– o mercado financeiro não existe no mesmo sentido que você e eu existimos ou no mesmo sentido em que uma garrafa existe em cima de uma mesa. O mercado é uma construção. No instante em que paramos de acreditar, ele deixará de existir. É um acordo. Decidimos que lá, naquele lugar, vamos deixar que nossos medos, nossos sonhos, nossas ideias e nossas expectativas sobre o futuro ditem o valor de moedas, empresas e commodities. Campo Grande News

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