Cassilândia: Dedé, o coveiro do Cemitério Valdomiro Pontes, realiza importante trabalho diário

Dedé trabalha na construção de uma carneira

 

Nota da Redação: Estamos reeditando esta matéria do dia 7 de novembro passado em homenagem ao Adebaldo Ferreira Pedra, o Dedé, que nesta madrugada veio a perder a sua esposa Marilza. Leia a matéria.

 

O coveiro do Cemitério Municipal Valdomiro Pontes se chama Adebaldo Ferreira Pedra, mais conhecido como Dedé, de 43 anos. Ele é casado com Marilza Aparecida de Souza, tem três filhos e mora na Vila Pernambuco.

Muita gente só se lembra do coveiro na hora de sepultar algum familiar. E, assim, esse importante profissional passa despercebido como se fosse um ser invisível aos olhos da sociedade.

E o coveiro Dedé pega no pesado logo cedo às 7h e trabalha até as 17h, abrindo covas, construindo as carneiras ou cuidando da manutenção dos túmulos do cemitério.

Ele é contratado da empresa funerária da cidade e realiza o seu trabalho com alegria e bom-humor.

Perguntado se já viu algum fantasma ou mesmo a mulher de branco no cemitério, ele brinca: “Já vi mulher de branco, mulher de vermelho, mulher de azul.”

Dedé lembra que a história de “enterrado dentro de sete palmos de altura”, na verdade, não existe em cemitério. E explica as medidas de uma carneira: dois metros e 24 centímetros de comprimento por cerca de um metro de largura por aproximadamente 70 centímetros de altura, portanto bem distante dos tais sete palmos de altura.

Como o número de óbitos varia muito, tem período que morre mais gente e em outro morre menos, ele deixa uma meia dúzia de carneiras prontas à espera de corpos que sempre acabam chegando.

Tem dia que é um sufoco, mas Cassilândia tem um número relativamente baixo de óbitos, o que é proporcional à população de aproximadamente 21 mil habitantes.

Calcula-se que o número de óbitos na cidade varia de 4 a 8 por mês, mas essa é apenas uma estimativa, pois é varia muito de uma semana para outra e daí por diante.

Muito educado com a reportagem, Dedé respondeu que um túmulo ou jazigo de mármore ou granito pode custar até mais de R$ 20 mil e geralmente são espaçosos, o que permite à família sepultar vários entes. Já um túmulo comum, que é a maioria, pode ter um segundo corpo ali enterrado cinco anos após.

Atualmente o Cemitério Municipal Valdomiro Pontes está sendo expandido aos poucos para uma área nos fundos devido aos óbitos que vão ocorrendo dia após dia.

E na hora difícil de sepultar um amigo ou familiar, em Cassilândia, todos já sabem que podem contar com o competente préstimo do Adebaldo, o Dedé. Da reportagem local e redação

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