Um empresário do setor de turismo é investigado por suposto abuso sexual e importunação ofensiva ao pudor a três mulheres durante excursão em Bodoquena, na região do Pantanal de Mato Grosso do Sul, no último fim de semana.
Por telefone, o guia de turismo e empresário disse à produção da TV Morena que não vai se manifestar sobre o caso. A advogada dele não atendeu a ligação.
Uma das vítimas disse que havia apenas dois banheiros na trilha e ela resolveu usar o mais distante e, quando saiu, o guia teria pedido um abraço. Em seguida, começou a passar a mão pelo corpo dela, por debaixo da roupa e ainda tentou beijá-la a força.
“Me virou de frente e tentou me beijar. Eu peguei minha mão com toda força e disse: ‘não’. Daí ele começou a beijar meu colo e eu empurrei e disse para ele que a mulher dele merecia alguém que lhe desse muito amor. Ele me disse para não me preocupar porque ela tinha tudo aquilo”, contou a vítima.
A estudante contou que conhecia a empresa de turismo há um ano e já havia feito outros passeios com o guia. Depois do ocorrido, ela voltou para Campo Grande e expôs os abusos em um grupo das redes sociais.
Nesse grupo encontrou uma mulher que revelou que também passou por momentos de constrangimento durante a excursão. De acordo com a outra vítima, durante a madrugada se deparou com o guia dentro da barraca dela.
“Quando era de madrugada eu estava dormindo e o guia entrou na minha barraca sem meu consentimento, deitou do meu lado e perguntou se podia fazer sexo oral em mim. Eu falei que não podia, que era para ele sair da minha barraca, se não eu ia gritar. Ele saiu, não me tocou, fiquei com muito medo, chorei a noite inteira”, disse a estudante.
Um boletim de ocorrência foi registrado em Campo Grande, mas o caso será investigado pela delegacia da região de Bodoquena. O processo está em segredo de Justiça.
“Não havendo violência ou grave ameaça é apenas uma importunação ofensiva ao pudor e está na lei de contravenções penais e é pena de multa, porque é de menor potencial ofensivo. Havendo toque ou contato físico, ainda é imprescindível que haja violência ou grave ameaça para caracterizar o estupro. A pena é mais grave, de 6 a 10 anos. Existe realmente esse vácuo entre importunação e o estupro”, afirmou a delegada Ariene Murad, da Delegacia da Mulher (Deam).
Além de ouvir as vítimas, a polícia deve analisar as provas. Uma delas é um áudio da mulher do empresário, enviado para uma das vítimas por mensagem de voz, em que ela confirma os abusos cometidos pelo marido.
“Gostaria muito que vocês me ajudassem para que esse episódio não afetasse a imagem da nossa empresa. A vitrine da nossa loja é o [suspeito], mas a empresa sou eu, o nosso filho. É a empresa que mantém a nossa casa. Peço desculpas pelo que aconteceu, porque aconteceu num evento da minha empresa. É isso ter acontecido com meu marido, eu não sei onde me colocar”, diz um dos trechos da gravação. G1