Municípios com maior quantidade de idosos em MS receberam menos doses da vacina

Chegada da primeira remessa de imunizantes contra a covid-19 em Mato Grosso do Sul, em 19 de janeiro (Foto: Marcos Maluf)

Chegada da primeira remessa de imunizantes contra a covid-19 em Mato Grosso do Sul, em 19 de janeiro (Foto: Marcos Maluf) – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

Entre 20 municípios com maiores índices de idosos em Mato Grosso do Sul, 19 receberam repasses pequenos de vacinas contra a covid-19 até agora. Na contramão desses, algumas cidades que receberam maiores repasses de imunizante têm de 7,48% a 12% de população com idade acima de 60 anos.

Vicentina é a cidade com maior quantidade de pessoas acima de 60, segundo dados do último Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Cerca de 16% da população local compõem essa faixa etária. Contudo, o montante de vacinas equivale a pouco menos de 2% da população.

É quase como se houvesse um “par” de doses de vacina a cada 8 idosos. A duplicidade é necessária para primeira e segunda aplicação.

Situação contrária é verificada no município de Japorã, que recebeu maior repasse de imunizantes em todo o Estado. Por lá, a quantidade é de 8 doses para cada idoso que vive no município.

Outros 18 municípios com maiores populações idosas possuem proporção de vacinas inferior a 5% do total de habitantes. São eles Rio Negro, Fátima do Sul, Cassilândia, Jaraguari, Glória de Dourados, Guia Lopes da Laguna, Pedro Gomes, Paranaíba, Rochedo, Mundo Novo, Ivinhema, Deodápolis, Bandeirantes, Corguinho, Sete Quedas, Taquarussu, Camapuã e Aparecida do Taboado.

Juti fica um pouco melhor entre essas 20. Distante 316 quilômetros da Capital, a cidade com próximo de 6 mil habitantes tem 12% de população idosa, e recebeu doses de vacina que cobririam 7,1% dos habitantes ao todo. É a proporção mais “equivalente” entre esse grupo.

Idosos são mais vulneráveis – Até esta terça-feira, 2,3 mil pessoas com 60 anos ou mais faleceram da covid-19 em Mato Grosso do Sul, em um grupo de 22 mil infectados. Já entre os não idosos, com menos de 60 anos, foram 749 óbitos em meio a 144 mil casos confirmados.

É quase como se um infectado, com menos de 60 anos, viesse a óbito em meio a 200 casos da doença, ao passo em que entre idosos seria uma vítima a cada dez infectados.

Segundo publicação feita pelo governo estadual, os quatro primeiros lotes tiveram objetivo de contemplar profissionais de saúde, povos indígenas, pessoas com deficiência e idosos em instituições de longa permanência, de forma alinhada ao PNI (Plano Nacional de Imunização), feito pelo Ministério da Saúde.

Única exceção foi incluir idosos com idade superior a 80 anos, que em Campo Grande, por exemplo, já têm sido imunizados ao longo da última semana.

Ao Campo Grande News, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) explica que os envios das doses são feitos pelas estimativas populacionais de acordo com cada grupo prioritário estabelecido pelo PNI. “Grupos prioritários e ainda o quantitativo de doses que recebemos é feito a divisão de forma proporcional, respeitando a estimativa populacional de cada município por grupo”, justifica em nota.

“Ressaltamos que em nenhum momento a SES Saúde interferiu no quantitativo populacional dos grupos, este vem posto pelo PNI, e para cada grupo tem se a fonte da consulta”, conclui.

Dados – A reportagem se baseou em dados do Censo do IBGE, que indicam a quantidade de habitantes em cada município, estratificando-a em cada faixa etária. Além disso, foram levados em consideração os registros de vacinas disponíveis no painel Mais Saúde, elaborado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde).

O levantamento não contabilizou Paraíso das Águas, emancipado em 2015, porque não há dados sobre população desse município nas diferentes idades populacionais. Números e dados coletados estão foram disponibilizados pelo Campo Grande News para consulta (clique aqui).

 CAMPO GRANDE NEWS

 

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