Polícia identifica novas vítimas do golpe do consórcio em MS e procura mais um suspeito do crime

Objetos apreendidos com quadrilha suspeita de golpe em vários estados — Foto: Reprodução/TV Morena

Objetos apreendidos com quadrilha suspeita de golpe em vários estados — Foto: Reprodução/TV Morena

Passou para 13 o número de vítimas dos golpistas do consórcio em Mato Grosso do Sul, de acordo com a polícia. Além dos 4 presos em flagrante, a investigação também aponta mais uma pessoa envolvida no crime, que está foragida e pode ter a prisão preventiva decretada, conforme afirmou ao G1 a delegada Cláudia Gerei, responsável pelas investigações.

“Duas pessoas já registraram boletim de ocorrência e outras duas entraram em contato, dizendo que vão comparecer na delegacia para falar mais detalhes do golpe. Todas relatam o mesmo modus operandi e prejuízo em torno de R$ 7,5 mil cada uma”, afirmou a delegada.

Conforme a delegada, o inquérito deve ser concluído na próxima quarta-feira (26), quando finaliza o prazo do flagrante. “Nós agora vamos instaurar outros inquéritos em separado, para apurar a denúncia de outras vítimas que apareceram e que ainda podem aparecer. O primeiro é referente a 9 vítimas. Os suspeitos permanecem presos”, ressaltou Gerei.

Ainda conforme a polícia, no município de Franca (SP), que é cidade de origem dos golpistas, o número de vítimas passa a 100. “No caso de Curitiba e Ponta Grossa, onde temos informações de possíveis vítimas, nós vamos encaminhar cópia do inquérito, para que o crime seja apurado lá também”, disse a delegada.

Atrativos para encontro

A “isca” para as vítimas era clara: promessa de uma carta de crédito, com os juros mais baixos possíveis do mercado e entrada parcelada. Ao pesquisar na internet e chegar até o site, as pessoas recebiam estas informações e mais detalhes somente por WhatsApp. Em seguida, era marcado o encontro, no qual os golpistas chegavam de terno, Camaro e em um dos prédios mais renomados da cidade, localizado na avenida Afonso Pena.

“Eles chegavam a falar para as vítimas que o prédio era deles. As vítimas procuravam algo a respeito na internet e o maior poder de convencimento era pelo WhatsApp. Eles então chegavam muito bem vestidos, de carro importado e com muitos atrativos. Em uma destas ocasiões é que fizemos o flagrante, de uma pessoa que estava com o contrato na mesa, prestes a assinar”, afirmou recentemente o delegado Enilton Pires Zalla.

O prejuízo inicial, somente de 10 contratos apreendidos, foi de R$ 350 mil. “Isso tudo fora o que foi levantado ao longo da investigação. Eles são de Franca, no interior de São Paulo, e lá ficamos sabendo que uma vítima deu a eles R$ 200 mil com a promessa de que receberia uma carta de crédito de R$ 1 milhão. Podemos dizer que eles fizeram vítimas em ao menos três estados e o prejuízo estimado aqui é de R$ 500 mil”, disse o delegado.

Sonho virou pesadelo

Na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), as vítimas prestaram depoimento e falaram sobre um sonho que virou pesadelo. “Algumas delas, inclusive de Sidrolândia, falaram que os golpistas chegavam e circulavam na cidade com o Camaro. Nós temos agora muitos contratos fraudulentos para analisar e também estamos, aos poucos, entrando em contato com pessoas que constam nas movimentações, além dos extratos de contas correntes deles, máquinas de cartão de crédito e computador”, ressaltou Zalla.

Ainda conforme a polícia, todo o material apreendido já é suficiente para caracterização dos crimes. “Temos ao menos 20 vítimas e agora o juiz já decretou a prisão preventiva. Aqui no estado, eles chegaram em maio e ao todo já acreditamos em 100 vítimas. Eles falaram que não possuíam antecedentes criminais, porém, localizamos na casa deles um contrato advocatício em que eles deveriam estar lá na 4ª D.P, de Franca, para responder pelos mesmos fatos”, finalizou o delegado.

Entenda o caso

A quadrilha é suspeita de aplicar golpes de consórcio em moradores de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. Eles foram flagrados entre a noite de segunda-feira (17) e a madrugada desta terça-feira (18), em Campo Grande. A prisão preventiva foi decretada nessa quarta-feira (19). Em seguida, a Delegacia Especializada em Repressão a Crimes de Defraudações (Dedfaz) é quem assumiu o caso.

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